Komsular // voisins

Evimizin tam karsısındaki normalde bir pencerenin bile açılmadığı bu cephede, karantina günleri başladığından beri telefonla konuşmak icin çıkanlar, balkonda kahve içenler, en üst kattan sokaktan geçenleri dakikalarca seyreden, sonra bizim daireye de bir bakış atıp içeri giren “komşularımız” demekte tereddüt ettigim insanlar eksik olmuyor.

Fransa’da halk ayni Italya’daki gibi akşamın belli bir saatinde (burda 20.00) pencerelerden ve balkonlardan çıkıp ıslıkla, alkışla, tencere çanakla ses çıkarıyor. Gezi eylemleri sırasında ilk kez benim de katıldığım bu eyleme şu anda baya kayıtsız kalıyorum. Ne biçim bir komşuluk, sadece eve tıkalı kaldığımız zamanda aktive oluyormuş gibi …

La haine de la communication

Le bureau de mon ordinateur.

Hier et aujourd’hui encore, les sms, les messages whatsapp, le mail de l’ENT, discord et quelques mails, sans compter les coups de fil aux parents d’élèves…

“Bientôt les êtres humains

S’enfuiront hors du monde

Alors s’établira

Le dialogue des machines

Et l’informationnel remplira

Triomphant

Le cadavre vidé

De la structure divine”

Michel Houellebecq, Présence humaine, Flammarion, 2000.


São paulo- dia 2 – noite

Dia 19.03. Agora já são quase 22h e meu relógio passou despercebido.

Número de aulas preparadas: 0

A boa notícia é que meu ânimo melhorou ao longo do dia. Consegui focar em projetos que quero levar a cabo, e para os quais sempre sobrou pouco tempo. Comecei a ler um romance que parece fantástico, “A nossa alegria chegou”, de Alexandra LucasCoelho, que foi um presente de natal que ganhei do Marcos. A narrativa é cheia de calor e cores. E sexo. Penso que é exatamente desse tipo de narrativa que preciso no momento. A areia quente, o mar, a rede, a maresia e um belo sexo suado.
SOCORRO

São Paulo – dia 2

19.03

Hoje são 14:50h e eu já tive duas (ou mais) crises de choro. Fico pensando no que vai acontecer com a população pobre no Brasil. A quantidade de desempregado e a falta de governo deste governos desgovernado. Estamos em um avião em rota de colisão e o piloto é um demente, assassino e fascista. Não consigo me concentrar em nada. Na teoria deveria dar aula online na semana que vem. Mas prepara uma aula sobre Diderot e o Drama Burguês a essa altura, parece-me algo quase insensato. Fico também pensando em como seria ministrar uma aula sem ver os alunos, sem poder conversar com eles, etc. E aí fico chateada por eles que terão um semestre terrível. (Sei que nada disso é um GRANDE problema, mas neste momento emergem esses pensamentos simultaneamente no meu cérebro e não me permitem pensar com lucidez.) Eu me sinto sem reação, totalmente congelada, nesta suspensão de vida, com o mundo virtual que acaba invadindo cada segundo do meu dia, cada milímetro do meu pensamento, casa decibel do meu ouvido.